terça-feira, 28 de setembro de 2010

UMA VIDA IMACULADA

Como possso Deus em versos expressar
Uma epopéia que ultrapassa cem anos?
Como pode um humilde poeta contar
Toda a coragem desse amor soberano?

Há cento e sete anos, lá atrás
Nasceu bem longe a nossa heroína
Lá nos Alpes onde a neve alva se faz
Adornava a família a linda menina

A grandeza de Anton, médico e pai
Contribui para o meu humilde verso
A privação da linda mãe que se vai
É o prenúncio de um tempo adverso

E o que será que poderia pensar
Aquela cabecinha em meio ao tormento
A linda mãe veio a morte ceifar
E a babá Maria se transforma em alento

A babá Maria amparou sua infância
Deus escutava pelas bonecas a menina
A guerra explode a tirania, a ganância
Quando presságios assolam a heroína

Amaina-se a guerra, acalma-se o mal
E a nossa heroína vai seguindo em frente
Mostra já a luz de alguém especial
Amor no coração e uma brilhante mente

A juventude marcada pelo espírito nobre
A sua inteligência pelas Irmãs lapidada
A nossa heroína foge, novo rumo descobre
Nem a nevasca iria detê-la, ninguém, nada

A disciplina férrea a noviça provou
E o Espírito Divino então lhe chamava
A esperança a jovem no coração renovou
E o seu berço-natal a noviça deixava

Parte então o Monte Olívia valente
Trinta dias venceram o gigante mar azul
Na tempestade Deus se mostrou imponente
A vitória se afirma em São Francisco do Sul

A benção da querida Santa Catarina
Conduz a noviça à por aqui aportar
E atrai a nossa intrépida heroína
Pra viver a sua bela missão de ensinar

A luz da noviça logo é reconhecida
Depois de Canoinhas vai a Gaurama
Encontra o amor da Irmã Fidelis querida
Que se mostra feliz e como mãe a ama

Não faz os Votos a noviça valente
Mostra uma força que atodos encanta
Segue determinada a estrada em frente
E vai a São Paulo pra ser governanta

Uma alma de artista ao violão e piano
Sempre boas sementes seguiu a plantar
Mestra do português, alemão, italiano
E irmã da poesia que nos faz voar

Abrem-se as portas para a mestra ensinar
Uma colônia italiana estende-lhe os braços
De São Paulo a Bom Retiro, surge novo lar
Nova página da história são novos os laços

Quem carregou-lhe a bagagem, ironia?
Era um jovem esbelto e hospitaleiro
Seria o seu grande amor um dia
E exímio mestre na profissão de celeiro

Duas almas se encontram, dois corações
A grande história vai sendo montada
Um belo legado ás futuras gerações
Já não são duas, mas uma só a estrada

Segue a heroína a sua bela caminhada
Mostrava ali sempre sua magnificência
Prova a angústia de ser descriminada
O que a tornava desafeto? A competência

Entre os amados se afirma a aliança
Sem os afetos da sogra, não desanima
Com o amor de Anita, adorável criança
Embeleza sua vida, a história ensina

Hostilidades naõ abalaram sua alma
A repulsa da sogra a incomodava
O amado sofria a doença não acalma
Tudo isso mostrava o que ainda faltava

Ao solo água-docense chega a heroína
Pelos Ferretti e Macagnan amparada
A escola esperava e a capela na colina
Ela segue cumprindo a sua bela jornada

Nem tudo alegria encontrou neste chão
Existem os espinhos onde existe a rosa
Dois países presentes num só coração
Áustria-Brasil sempre a Pátria honrosa

A família iria ao todo uma dezena somar
Papai, mamãe, as meninas são quatro
Uma linda família, um verdadeiro lar
E para maior alegria, os meninos mais quatro

As meninas Marias são elas as quatro:
Madalena, Dolores, Achilina e a Glória
E ainda Tarcísio, Paulo, Flávio e Deodato
Capítulos todos dessa linda história

As provas? Como transpor enormes muralhas
Foram também alegrias no lar da canhada
Se a poetiza não enfrentasse as suas batalhas
Como seria uma bela história contada?

Mais de um século de dedicação e coragem
Com uma fé sempre sólida e inabalável
Nobre alma que a nós todos é mensagem
E por isso és mãe sempre incomparável

Um legado um exemplo em abundância
A bandeira da coragem sempre empunhada
Vencer o tempo é o de menor importância
Pra nossa nobre e amada IMACULADA

Segue firme nossa grande heroína
Segue com a luz de Deus querida Ima
Segue a tua linda vida IMACULADA!

Vagner Antonio Hartcopf
(Poesia que fez com 107 versos em homenagem aos 107 anos de Maria Imaculada Brunner Beal, apresentada na Camara de Vereadores)

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